terça-feira, 9 de abril de 2013

Substantivo

Substantivo

Definição: São palavras que designam/nomeiam seres (animados ou inanimados), objetos, sentimentos, sensações, ações, coisas em geral.

Ex.: João (ser animado, isto é, tem vida) 
       Carro (ser inanimado)
       Ocúlos  (objeto)
       Amor (sentimento)
       Arrepio (sensação) 
       Castigo (ação) 

os substantivos são dispostos em grupos segundo suas especificações. Assim temos:

  • Substantivo Simples: são aqueles que são formados por um único radical (uma só palavra)
Ex.: Casa - Paulo - Formiga

  • Substantivo Composto: são aqueles que são formados por dois ou mais radicais (duas ou mais palavras).
Ex.: Passatempo - Beija-flor - Pé-de-moleque

  • Substantivo Primitivo: são aqueles cujas palavras não derivam de nenhuma outra e são utilizados para formação de novas palavras.
Ex.: Pão - Ferro - Porta

  • Substantivo Derivado: são aqueles que derivam de palavras já existentes na língua portuguesa.
Ex.: Padeiro - Ferradura - Portaria

  • Substantivo próprio: são aqueles que designam/nomeiam "coisas" em particular (pessoas, cidades, países, estados, instituições, ruas, praças, estabelecimentos comerciais, etc.).
Ex.: Henrique - Monteiro - Paraíba - México - Escola Mundo Mágico 
Obs.: Sempre são escritos com letra maiúscula.

  • Substantivos comuns: são aqueles que designam "coisas" duma mesma espécie.
Ex.: Mesa - Lápis - Cadeira - Médico 

  • Substantivos concretos: são aqueles que designam/nomeiam seres/objetos/coisas que independem de nossa vontade, por isso algumas gramáticas observam que são seres de existência própria.
Ex.: Mão - Flor - Papel 

Obs.: Há susbtantivos que emboram designem seres mitologicos ou que imaginamos existir são considerados           concretos.

Ex.: Deus - Fada - Duende 

  • Substantivos abstratos: são aqueles que desingam coisas, tais como sentimentos, sensações que dependem de nós para existir. Não os vemos, nem tocamos, mas os sentimos por meio dos nossos sentidos.
Ex.: Dor - Alegria - Amor 

  • Substantivos coletivos: São aqueles que mesmo no singular indicam um conjunto. 
Ex.: abecedário - de letras de uma língua
academia - de artistas, de literatos, de sábios
acervo - de obras de arte
alcatéia - de lobos
antologia - de textos seletos
arquipelágo - de ilhas 
atlas - de cartas geográficas, de mapas
bagagem - de objetos de viagem
banda - de músicos
bando - de aves
batalhão - de soldados
biblioteca - de livros
bimestre - de dois meses
boiada - de bois
cabido - de cônegos de uma catedral 
cacho - de frutas
cancioneiro - de canções
caravana - de viajantes, de peregrinos, de excursionistas
cardume - de peixes
casario - de casas 
chusma - de pessoas em alvoroço; de criados
chuva - de pedras, de balas, de setas
código - de preceitos, de regulamentos, de leis, de fórmulas
colégio - de alunos, de eleitores, de membros de uma corporação
colméia - de abelhas 
companhia - de pessoas reunidas, de profissionais, de artistas de teatro, de soldados
comunidade - de pessoas para certo modo de vida e certos comportamentos em comum
constelação - de estrelas 
cordilheira - de montanhas 
corja - de malandros, de vadios
coro - de pessoas que cantam juntas 
década - de dez anos 
discoteca - de discos 
elenco - de atores 
enxame - de abelhas 
enxoval - de peças de roupas 
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões 
falange - de soldados, de tropas 
fato - de cabras 
fauna - de animais de uma região
feixe - de lenha, de raios luminosos 
fileira - de pessoas, de coisas 
flora - de plantas de uma região
frota - de navios, de veículos
gado - de animais criados no campo
galeria - de quadros, estátuas ou obras de arte em exposição
herbário - de plantas para estudo ou exposição 
hinário - de hinos 
horda - de bandidos, de desordeiros
instrumental - de instrumentos
junta - de examinadores, de médicos, de bois
júri - de pessoas convocadas para julgar 
legião - de soldados, de anjos, de demônios 
leva - de pessoas, de coisas
lote - de coisas
magote - de pessoas, de coisas
manada - de animais
maquinaria - de máquinas 
molho - de chaves 
multidão - de pessoas 
ninhada - de filhotes paridos de uma só vez
nuvem - de mosquitos, de insetos, de gafanhotos
ordem - de associados, de religiosos
orquestra - de músicos 
penca - de frutas, de chaves, de filhos
pinacoteca - de quadros, de tela
piquete - de pessoas envolidas em uma greve
plantel - de animais de raça
platéia -  de espectadores 
plêiade - de homens notáveis 
pomar - de árvores frutíferas
quadrilha - de assaltantes 
raizame - de raízes 
ramalhete - de flores
rebanho - de reses
revoada - de aves em voo
resma - de folhas papel
réstia - de alhos, de cebolas
ronda - de militares em patrulha 
século - de cem anos 
tertúlia - de intelectuais em reunião
tríade - de três pessoas ou coisas
vara - de porcos 
vocabulário - de palavras de uma língua
vozerio - de muitas vozes juntas
  
Os substantivos podem flexionar-se em gênero, número e grau.

Flexão de Gênero

Em se falando em palavras dizemos que as mesmas tem gênero e não sexo. Na língua portuguesa existem dois gêneros MASCULINO E FEMININO. Quanto ao gênero que apresentam, os substantivos podem ser : Biformes ou Uniformes.

  • Biformes: são aqueles que apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. 
Ex.: meninO    meninA
       gatO        gatA
       palhaçO   palhaçA

  • Uniformes: são aqueles que apresentam uma única forma tanto para o masculino, quanto para o feminino. Se subdividem em: Comun-de-dois, Sobrecomum e Epícenos.
Comum-de-dois: são substantivos que possuem uma única forma para o masculino e feminino. No entanto, a definição de gênero é feita pelo auxilio de uma outra palavra de outra classe gramatical (artigo, pronome, adjetivo).

Ex.: O colega                               A colega
       colega NOVO                      colega NOVA

Sobrecomum: são substantivos que possuem uma única forma para o masculino e feminino. No entanto, a definição de gênero é feita por meio do contexto no qual a palavra está inserida.

Ex: A vítima do acidente foi um homem. (VÍTIMA é substantivo sobrecomum, uma vez que a palavra é sempre feminina e pode ser utilizada para quaiquer dos gêneros. Porém, a definição de gênero, neste caso é feita por meio da palavra HOMEM que indica que foi/era a vítima do acidente.

Epicenos: são substantivos que possuem uma única forma para o masculino e feminino. Referem-se apenas a   animais (são nomes de animais) a definição de gênero é feita por meio do auxílio da palavra macho ou fêmea.

Ex.: Cobra macho                                  Cobra fêmea
       Tartaruga macho                             Tartaruga fêmea

domingo, 3 de março de 2013


História da Gramática


Gramática (do grego: γραμματική, transl. grammatiké, feminino substantivado de grammatikós) é o conjunto de regras individuais usadas para um determinado uso de uma língua, não necessariamente o que se entende por seu uso "correto". É ramo da Lingüística que tem por objetivo estudar a forma, a composição e a inter-relação das palavras dentro da oração ou da frase, bem assim o seu apropriado ou correto uso.

A primeira gramática de que se tem notícia, registro histórico, é a de Pānini para o sânscrito.

Contudo, aceita-se que o estudo formal da gramática tenha iniciado com os gregos, a partir de uma perspectiva filosófica — como, aliás, era do feitio grego no apreciarem as diversas questões do conhecimento e da natureza— , descobrindo, assim, a estrutura da língua.

Com o advento do Império Romano, em sua dominação dos demais povos, os romanos receberam essa tradição dos gregos, e traduziram do latim os nomes das partes da oração e dos acidentes gramaticais. Muitas destas denominações chegaram aos nossos dias. A partir do século XIX, surgiu a gramática comparativa, como enfoque dominante da Lingüística.

Dionísio, o Trácio, gramático grego, escreveu a "Arte da Gramática", obra que serviu de base para as gramáticas grega, latina e de outras línguas européias até o Renascimento.

No século XVIII, iniciaram-se as comparações entre as várias línguas européias e asiáticas, trabalho que culminou com a afirmação de Gottfried Wilhelm Leibniz de que a "maioria das línguas provinha de uma única língua, a indo-européia".

Até o início do século XX, não havia sido iniciada a descrição gramatical da língua dentro de seu próprio modelo. Mas, abordando esta perspectiva, surgiu o "Handbook of american Indian languages" [Manual das línguas indígenas americanas)(1911), do antropólogo Franz Boas, assim como os trabalhos do estruturalista dinamarquês Otto Jespersen, que publicou, em 1924, "A filosofia da gramática".

Boas desafiou a metodologia tradicional da gramática ao estudar línguas não indo-européias que careciam de testemunhos escritos.

A análise descritiva, representada nestes dois autores, desenvolveu um método preciso e científico, além de descrever as unidades formais mínimas de qualquer língua.

Para Ferdinand de Saussure, "a língua é o sistema que sustenta qualquer idioma concreto", isto é, o que falam e entendem os membros de qualquer comunidade lingüística, pois participam da gramática.

Em meados do século XX, Noam Chomsky concebeu a teoria da "gramática universal", baseada em princípios comuns a todas as línguas.

Também nos séculos XIX e XX, estabeleceram-se as bases científicas da Semiótica, como "sistema de signos", a conectar várias ou todas as áreas do conhecimento.

Em língua portuguesa, a primeira gramática conhecida é da autoria de Fernão de Oliveira, foi publicada em Lisboa, em 1536, com o título “Grammatica da lingoagem portuguesa”.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Exumação da família real brasileira desmente mitos.

A arqueóloga e historiadora Valdirene do Carmo Ambiel e o crânio de D. Pedro I

Dom Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, e suas duas mulheres, as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia

O esqueleto de D. leopoldina

O esqueleto de D. Pedro I

Investigadores brasileiros exumaram os corpos de membros da família imperial e fizeram uma série de exames que desmentem mitos sobre a morte de Dona Leopoldina, além de revelarem facetas da vida do primeiro imperador do Brasil.
De acordo com o investigador Paulo Saldiva, professor titular da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), a ossada de Dona Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I do Brasil [D. Pedro IV, em Portugal] não possuía marcas de fraturas, o que desmente a versão de historiadores que apontam uma queda, em consequência de uma discussão com o marido, como causa da morte.
"Existia uma versão, não sei com que base, de que a morte dela teria sido ocasionada por uma fratura, gerada numa queda depois de uma discussão com D. Pedro [que a teria empurrado]. Pode ter ocorrido a queda, mas não o suficiente para que isso causasse a morte", reforça o patologista responsável pelos exames.
Já na ossada de D. Pedro IV foi possível observar duas fraturas associadas a acidentes de equitação. O detalhe ajudou a equipe a entender ainda o que terá ocasionado o diagnóstico, anos mais tarde, relativo ao mau funcionamento de um de seus pulmões.
"Numa dessas fraturas, provavelmente foi atingido o pulmão, mas não foi diagnosticado na hora e isso gerou o pneumotórax [quando uma lesão na pleura faz com que um dos pulmões 'cole' ou 'murche', na linguagem popular]", explica.
Alguns anos após o acidente, uma autópsia feita no Porto aponta que um dos pulmões do imperador estava totalmente fechado. A causa de sua morte terá sido uma tuberculose.
Para o investigador, os exames permitem aproximar a história do "indivíduo", mostrando que este ainda manteve a "coragem" e disposição para enfrentar "grandes batalhas" mesmo diante da necessidade de maior esforço, que certamente passou a sentir após a lesão.
D. Pedro foi o responsável por conseguir a independência do Brasil em relação a Portugal, em 1822. O filho de D. João IV e Carlota Joaquina ainda regressou a Portugal, tendo sido coroado como D. Pedro IV, em 1826. Pouco tempo depois, o monarca abdica do trono a favor de sua filha, Dona Maria II.
Já o corpo de Dona Maria Amélia, sua segunda esposa, era o melhor conservado porque foi único dos três a ter sido embalsamado. Na avaliação do pesquisador, os corpos não foram conservados com o cuidado que mereciam.
"Continuo a achar que o Brasil podia ter cuidado um pouco melhor desses personagens. Percebemos que embalsamar não era um costume da família real, não temos informação de como foi feita a de Dona Amélia, provavelmente foi feita em França", completa.
O trabalho foi realizado com a autorização de descendentes da família real no Brasil e os corpos já foram repostos nas respectivas sepulturas.
A análise cadavérica foi feita separadamente em cada um dos corpos, ao longo de uma única noite, e precisou de planeamento e esforço especiais para garantir o retorno dos restos mortais em perfeito estado.
"Durante a abertura das covas a família estava presente, havia padre. Era importante garantir o transporte adequado, até pela má conservação do esqueleto. Não podíamos retirar ossos e devolver um saquinho de pó", ressaltou.
As ossadas passaram por biópsias e exames radiológicos que permitirão ainda, no futuro, a reconstituição da face, altura e até movimentos em hologramas (imagens tridimensionais).
O trabalho foi dirigido pela historiadora e arqueóloga brasileira Valdirene do Carmo Ambiel.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Charles Darwin – Biografia, evolucionismo e seleção natural.

1. A Família Darwin

 Charles Darwin (1809 – 1882) nasceu em 12 de fevereiro de 1809, o quinto de seis irmãos, na família de um bem sucedido médico de interior. Seu avô paterno, Erasmus, uma figura muito respeitada embora algo controvertida, desfrutava da amizade de outra personalidade de grande destaque no século XVIII, Josiah Wedgwood I, fundador da Cerâmica Wedgwood. Esta amizade viu-se coroada com o casamento da filha mais velha de Wedgwood, Susannah, com Robert, filho de Erasmus Darwin.

2. Shrewsbury e Maer

Apesar do interesse de ambos pelas plantas, as inclinações de Charles eram subestimadas pelo pai, que o considerava um fracasso acadêmico. Foi no seu segundo lar, junto de seu tio Josiah, em Maer, a vinte milhas de Shrewsbury, que Charles foi realmente feliz, tendo-se tornado o companheiro preferido de seus primos Wedgwood.
Charles Darwin

3. Escola e Universidade

Charles cursou a Escola de Shrewsbury desde os nove anos, onde era freqüentemente rejeitado como o menino "que brinca com gases e outras porcarias". Aos dezesseis anos, esforçando-se para agradar ao pai, Charles iniciou os estudos de medicina na Universidade de Edinburgh e posteriormente, dedicou-se à Teologia, em Cambridge.
Não estava porém destinado o ser médico ou pastor. Em ambas as universidades distinguiu-se sobretudo em ciências naturais, área em que nunca se matriculara oficialmente.

4.  A Grande Oportunidade

Depois de uma expedição geológica pelo Norte do País de Gales, Charles retornou ao lar, e encontrou à sua espera uma carta de John S. Henslow, professor de botânica em Cambridge. Nesta carta, Henslow informava-lhe que o havia recomendado como a pessoa mais qualificada que conhecia para o cargo de naturalista na expedição do ‘Beagle’, que se iniciaria proximamente. Esta chance única parecia estar perdida quando o pai se opôs ao plano. Dr. Darwin cedeu, contudo, ante a insistência do tio Josiah. E no dia 11 de setembro de 1831 Darwin foi pela primeira vez a Plymouth visitar o ‘Beagle’ e seu capitão, Robert FitzRoy.

5. A Viagem

Apesar da natureza pacífica de sua missão, o retorno do ‘Beagle’ à Inglaterra com segurança não estava assegurado. O risco do encalhe nas águas costeiras pouco conhecidas da América do Sul era profundo. Em terra, o viajante corria o risco do levar um tiro ou ser esfaqueado pelos revolucionários ou pelos indígena;, rebeldes, duvido ao descontentamento político que pairava no ar, mais do que nunca, como rescaldo das guerras de independência. E o rigor da pesquisa exigia que o ‘Beagle’ velejasse por toda a extensão da costa sul-americana, retornando repetidamente aos mesmos portos. O projeto ofereceu a Darwin oportunidades para explorar, a pé ou a cavalo, sozinho ou na companhia de guias, algumas das regiões mais selvagens do mundo. Ele enviou vários engradados repletos de plantas, insetos, conchas, pedras e fósseis para a Inglaterra, e suas cartas para Henslow provocaram tanto interesse nos meios científicos que alguns extratos chegaram a ser publicados pela Sociedade Filosófica de Cambridge, em 1835. Darwin cita, em sua autobiografia, que sua coleção de fósseis também "despertou muita atenção entre paleontologistas". E quando recebeu notícia deste interesse, na Ilha de Ascenção, escalou as montanhas "aos pulos, e fiz as rochas vulcânicas ressoarem sob meu martelo geológico".

6. Brasil

A exploração empreendida por Darwin no Brasil, de 28 de fevereiro a 5 de julho de 1832, foi uma das experiências mais felizes de sua viagem. Após seu primeiro dia na Bahia, em 29 de fevereiro, registrou suas impressões da seguinte forma: "prazer em si só, porém, é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, vagueia sozinho numa floresta brasileira."

8. Terra do Fogo

No dia 28 de novembro de 1832, o ‘Beagle’ zarpou da Baía de San Blas para a Terra do Fogo, e em meados de dezembro já se encontrava próximo ao Cabo de São Sebastião, uma parte da Terra do Fogo desconhecida de todos que estavam a bordo. Após penetrar pelo famoso Estreito do Lo Maire, ancorou na Baía do Bom Sucesso.

9. Argentina e Uruguai

Deixando as Ilhas Falkland em abril de 1833, o ‘Beagle’ rumou para o norte, em direção a Montevidéu e Maldonndo. Darwin permaneceu em lona por várias semanas. semanas, explorando a região do Maldonado e colecionando pássaros e animais. Dos registros em seu diário consta que "por alguns réis contratei todos os rapazes da cidade para meus serviços; e poucos são os dias que não me trazem alguma criatura curiosa". No dia 29 de junho embarcou novamente, com toda sua coleção.
Charles Darwin aportou no Rio de Janeiro
 Deixando o Brasil, o ‘Beagle’ rumou para o sul, e pesquisou a costa oriental do continente por muiltos meses, aportando reiteradamente em Montevidéu e em Buenos Aires.-Darwin esperava impacientemente pela chegada a Bahia Blanca pois estava ansioso para explorar o território, recentemente conquistado, que servia de bastião fronteiriço contra os indígenas.

10. Terra do Fogo e Patagônia

No dia 6 de dezembro de 1833, o ‘Beagle’ deixa o porto de Montevidéu, rumando novamente à Terra do Fogo via Port Desire e Port Famine.

11. Chile

Em maio de 1834, o ‘Beagle’ toma o rumo do Estreito de Magalhães e o Canal de Madalena, descoberto havia pouco tempo. No dia 28 de junho ancorou ao largo do Cabo Turn, próximo ao Monte Sarmiento, e dois dias depois adentrou o Oceano Pacífico. O comandante FitzRoy tinha a intenção de velejar para Coquimbo, mas ventos contrários conduziram o ‘Beagle’ para a costa da ilha de Chiloé.

12. Os Andes

No dia 23 de julho de 1834, o ‘Beagle’ aporta em Valparaíso. Enquanto os marujos se recuperavam e o navio era submetido a pequenos reparos, Darwin escalou sua primeira montanha no Chile, o Sino de Quillota.
Este foi um prelúdio estimulante para suas expedições através dos Andes no ano seguinte.

13. O Arquipélago de Galápagos

No período de 16 de setembro a 20 de outubro de 1835, Darwin explorou o arquipélago de Galápagos. Encontrou fauna e flora sem termo de comparação com outras regiões, e que variavam de ilha para ilha. "Nunca pudera imaginar que estas ilhas, distando entre si cinqüenta ou sessenta milhas, e a maioria visível das demais,  formadas exatamente das. mesmas rochas, submetidas a um clima bem similar, com quase a mesma altitude, pudessem ser tão diferentemente povoadas

 14. O Pacífico e a Australásia

No dia 20 de outubro de 1835 o ‘Beagle’ tomou a direção de Taiti, iniciando o longo percurso de 3.200 milhas marítimas através do Pacífico.

15. Rumando para Casa

O ‘Beagle’ aportou na Austrália pela última vez em King George’s Sound. Lá permaneceu até 14 de março de 1836, retido pelo mau tempo. Seu curso levou-o então para o Oceano Índico, de retorno à Europa.

16.  O Problema das Espécies

O período mais ativo da vida de Darwin na Inglaterra começou imediatamente após seu regresso da expedição do ‘Beagle’. Para ele, não havia nada de mais remoto do que a aposentadoria "numa pacata paróquia". Embora tivesse então vinte e poucos anos, tomou seu lugar entre os principais cientistas de sua época.

17.  O Grande Debate

O grande debate sobre a origem da vida foi iniciado pelos geólogos britânicos em meados do século XIX. Inevitavelmente, os conceitos de tempo foram alterados com os avanços nos conhecimentos. Enquanto Darwin encontrava-se a bordo o ‘Beagle’, grassava a controvérsia entre aqueles que tentavam reconciliar as descobertas geológicas com a Bíblia e aqueles que, liderados por Lyell, refutavam a interpretação literal das Sagradas Escrituras com base em evidências cientificas.
O interesse do público foi despertado particularmente pelas dramáticas descobertas de fósseis de monstros pré-históricos na Europa e na América. Os fatos que deviam ser esclarecidos eram quando essas criaturas extraordinárias habitaram a Terra eporquê se extinguiram.

18. Casamento

Ao debater consigo mesmo se deveria ou não casar-se, Darwin elaborou uma lista de prós e contras. Como solteiro, argüia, ele poderia perseguir suas pesquisas científicas sem o peso de preocupações domésticas. Mas os dons e encantos de sua prima Emma Wedgwood preponderaram sobre os contras, e a 29 de janeiro de 1839 celebrou-se o casamento de ambos.

19. Down House

Em 1842, os Darwins mudaram-se para seu lar permanente, Down House, no povoado de Downe, condado de Kent. A alegria de Darwin teria sido completa não fosse a doença que o tornou semi-inválido para o resto de seus dias. Contudo, o entusiasmo pelo trabalho científico operava como um analgéstico, e Darwin desfrutava animadamente da companhia de seus familiares e amigos. Encontravam-se todos lá, segundo Hooker, "para discutir questões em qualquer ramo de conhecimento biológico ou físico".

20. Darwin e os Evolucionistas

A especulação filosófica sobre a evolução data dos gregos antigos,,
mas até o século XVIII era desprovida de bases científicas. Os principais evolucionistas da época, o avô de Darwin, Erasmus, além de Buffon e Lamarck, viam-se tolhidos pela insuficiência de evidências e devido à poderosa oposição que suas opiniões causavam.
A essência da teoria do neto foi expressa por Erasmus Darwin em verso:
First form minute, unseen by spheric
glass,Move on the mud, or pierce the
waterymass; These, as successive generations
bloom, New powers acquire, and larger limbs
assume.
(Primeiras formas diminutas,
invisíveis ao vidro esférico,
 Movem-se na lama,
ou cortam a massa aquosa;
Estas, com o florescer de sucessivas gerações,
 Adquirem poderes novos, e membros de maiores proporções.)

21. A Origem das Espécies

Darwin não perdeu mais tempo com hesitações acadêmicas. Em julho de 1858 iniciou um trabalho para a Sociedade Linnean que veio a constituir A Origem das Espécies, publicado no ano seguinte por John Murray. Marcou história, expondo o mecanismo básico da evolução: a seleção natural.
Darwin havia acumulado tantos fatos para fundamentar sua teoria que seus argumentos eram difíceis de refutar. Mas a implicação de que todos os seres vivos descendem de um ancestral comum insere o Homem no esquema evolutivo, dando início a uma das maiores controvérsias científicas, e cujos efeitos se fazer sentir até os nossos dias.

22. Últimos Anos

Após a publicação de ,4 Origem das Espécies, Darwin aparentemente abandonou os estudos evolucionistas, dedicando-se à área menos controversa das plantas e minhocas. Na realidade, porém, continuou a acumular evidências para sua teoria na vida das plantas, acreditando que estas se prestavam mais adequadamente às suas experiências do que os animais. Em 1876 Darwin redigiu uma curta autobiografia, dedicada a seus filhos, em que registra suas atividades científicas. Suas investigações e experiências levaram-no a fazer muitas descobertas importantes, pelo que é hoje considerado como um dos pioneiros não apenas da teoria da evolução como também no campo da taxionomia dos percevejos, do comportamento animal, da genética, da fisiologia vegetal e da polinização ecológica.

23. Reconhecimento

Darwin viveu o suficiente para ver sua teoria da evolução ganhar aceitação geral. É de Huxley a queixa irônica de que "será um mundo monótono. As idéias que os homens desprezavam há 25 anos logo serão ensinadas nos livros escolares". No dia 19 de abril de 1882 Darwin faleceu em Down, e foi sepultado próximo à tumba de Isaac Newton, na Abadia de Westminster. Huxley, Hooker e Wallace carregaram seu caixão. Sua maior realização foi ter lançado as bases da biologia moderna.